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A Crise Capitalista
A perspectiva de história que vem sendo incentivada é a voltada para temas que tratem de história social e cultural, não abandonando a história política e econômica trabalhadas tradicionalmente. Para realizar essas outras abordagens (Social e Cultural) deve o autor incluir nos textos a questão de gênero, os costumes e o cotidiano devem ser enfatizados, as imagens devem ser colocadas estrategicamente a ponto do aluno poder relacionar o texto escrito e a imagem, como também as questões tem que envolver o pensamento crítico e raciocínio do aluno.
Adentrando ao capítulo analisado a primeira crítica a ser feita está na falta de coerência entre o título e o conteúdo propriamente dito, no sentido de que mesmo sabendo que a crise capitalista contribuiu para a formação e ascensão dos regimes totalitários, o autor mistura a crise de 1929 e o papel dos Estados Unidos nesse contexto. O mais ideal seria em um capítulo a parte, trabalhar a história dos Estados Unidos no início do século XX. Dessa forma, poderia o autor não apenas abordar a crise de 1929 como também contextualizar sobre os antecedentes da crise.
Seria possível incluir o papel dos Estados Unidos no fim da Primeira Guerra Mundial. Incluir a década de 1920 neste país como um momento de crescimento econômico acrescentando aspectos culturais a exemplo do consumismo desenfreado e aumento dos espetáculos e festas para entretenimento da população. Já a década de 1930, abordar os impactos econômicos no comportamento da população, destacando as greves, o aumento da sindicalização e a “política da boa vizinhança” e as formas de recuperação através do “New Deal”.
Algo que faltou no livro didático analisado foi uma explicação simplificada do que é a “Bolsa de Valores” e o que vem a ser a “quebra” da bolsa. De maneira que o aluno esteja minimamente informado sobre o procedimento de aumento de produção das empresas, da abertura de capital, de como funcionava a venda e compra dos papeis no mercado e porque estes papéis despencam no auge da crise. Alguns conceitos poderiam ser retomados para que o aluno lembrasse de conteúdos anteriormente estudados, de maneira que o aluno possa entender que antes no mercado era estimulada a livre concorrência pelo sistema capitalista e que posteriormente existe a intervenção do Estado para conter a crise.
Seguindo o texto, o autor aborda o Nazismo, contudo em todo o texto a questão de gênero e de outros grupos sociais não são trabalhadas. Neste caso o aluno pode se perguntar: qual o papel da mulher na sociedade alemã desta época? Qual o posicionamento dos grupos oprimidos como os judeus e ciganos, dentre outros? Sendo assim fica uma lacuna sobre o fator social e também cultural desses povos neste período. Mais a frente na página 146 o autor retoma a comparação entre os regimes Fascista e Nazista no tocante à educação, podendo deixar para o final da temática de maneira que não confunda o raciocínio do aluno.
Quando o autor fala do “Tratado de Versalhes” ele apenas cita, sem dizer exatamente o que foi esse tratado, quais os países estavam envolvidos e quais implicações socioeconômicas esse tratado teve sobre as nações que saíram derrotadas na Primeira Guerra. Também o autor cita a Liga das Nações sem explicar o que foi e qual a composição dessa liga.
O texto complementar “Ódio Racial” trazendo o caso de uma jovem alemã humilhada pelos nazistas aparece apenas a título de curiosidade e de informação complementar, abordando a situação da menina humilhada como um leve exemplo das ações anti-semitas, estando ainda acompanhada de uma imagem. Esse texto colocado na página 148 após o título que trata da ditadura nazista foi posicionado de maneira errônea, visto que é na página 146 que se fala do anti-semitismo praticado na Alemanha.
De forma geral, o livro deveria ter feito uma divisão dos assuntos em dois capítulos, um sobre os Estados Unidos no início do Século XX e outro sobre o surgimento dos governos totalitários na Europa. Sobre os conteúdos em si, é sempre importante uma contextualização e em alguns casos, notas de rodapé explicando ou relembrando alguns termos utilizados pelo autor. O posicionamento das imagens deveria ser melhor analisado para não gera equívocos e as questões são bem inovadoras e permitem flexibilidade para serem realizadas.