O Melhor Site de Trabalhos da Internet


Os Organismos Educacionais


CEPAL

A CEPAL é a Comissão Econômica para América Latina e Caribe. Atuou na reforma da política educacional a nível internacional através do documento “Transformación Productiva com Equidad” em 1990.  Esse documento recomendava que os países da região investissem nas reformas dos sistemas educativos para adequá-los e passarem a ofertar os conhecimentos e habilidades específicas que eram requeridas pelo sistema produtivo.  Em 1992 a CEPAL publicou juntamente com a UNESCO o documento “Educación y conocimiento: Eje de la Transfomación Productiva com Equidad”, que tratava sobre as diretrizes para ação no âmbito das políticas e instituições que favorecessem as vinculações sistêmicas entre a educação, conhecimento e o desenvolvimento dentro da América Latina e do Caribe.

Esse documento tinha por finalidade criar no decênio condições educacionais de capacitação e de incorporação do progresso científico e tecnológico que possibilitassem a transformação de estruturas produtivas e dessa maneira, atingisse a eqüidade social. A estratégia da CEPAL era a articulação em torno de objetivos como a cidadania e competitividade, juntamente com critérios inspiradores de políticas como eqüidade e eficiência, além de diretrizes de reforma institucional (integração nacional e descentralização. Ao atingir essa estratégia a CEPAL enfrentaria dois grandes desafios: Fazer com que a moderna cidadania fosse preparada na escola através dos “códigos da modernidade” e definir esses códigos como o conjunto de conhecimentos e destrezas necessários para a participação da vida pública.

UNESCO

A UNESCO é a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura. Esse organismo convocou especialistas de todo mundo para compor a Comissão Internacional sobre Educação para o século XXI. Essa comissão tinha por finalidade identificar as tendências e necessidades dos países, enfatizando o papel que a educação deveria assumir para o desenvolvimento destes países. Sendo assim, foi produzido o Relatório Delors em 1993 e 1996, documento este, que buscava compreender a política educacional de vários países na atualidade.

O documento mostrou fenômenos como desemprego e a exclusão social presentes até mesmo em países ricos, afirmando que a desigualdade social é um problema presente no mundo inteiro. Além disso, o documento indica quais são as principais tensões a serem resolvidas no próximo século para que o cidadão possa se tornar um cidadão do mundo, mantendo ligação com a comunidade, além de mundializar a cultura preservando as potencialidades individuais, adaptando o indivíduo às demandas do conhecimento científico e tecnológico. Dentre os principais desafios dos países no século XXI estão: a) ingresso de todos os países no campo da ciência e tecnologia; b) adaptação de várias culturas e modernização das mentalidades; c) viver democraticamente (em comunidade).

A comissão organizada pela UNESCO propôs um novo conceito de educação baseado na educação ao longo de toda vida, explorando o potencial educativo dos meios de comunicação, da profissão, da cultura e do lazer constituindo assim uma “comunidade educativa”. Tendo como ponto chave três atores principais para o desenvolvimento dessa reforma da educação: a comunidade local, autoridades oficiais e a comunidade internacional. O relatório de Delors além de preconizar a educação básica dos 3 aos 12 anos e, enfatizar o ensino superior sendo entendido como o motor do desenvolvimento econômico, também destaca as competências pedagógicas. Nesse sentido seria exigida do professor a formação para pesquisa, além de recomendar que o próprio professor exerça outras profissões além de ensinar, para ampliar a sua visão da realidade.   

PROMEDLAC

O PROMEDLAC é o Projeto Principal de Educação para América Latina e Caribe. Esse projeto foi criado através do comitê regional intergovernamenal, exprimindo as preocupações em torno da formulação de uma proposta de educação internacional para os países previstos.  O comitê regional e consequentemente o projeto educacional criado a partir deste, surgiu através de uma conferência de ministros da educação no final dos anos 1970 e início dos anos 1980.

O projeto foi financiado pela UNESCO/OREALC, sendo publicado desde 1982, porém sua difusão se tornou maior no início dos anos 1990. As diretrizes desse projeto, que ficaram conhecidas como PROMEDILAC V foram estabelecidas em um comitê intergovernamental reunida em Santiago no Chile em 1993. Esse projeto, assim como os demais, conferia papel central à educação nas novas estratégias de desenvolvimento sustentável, tanto para a obtenção do crescimento econômico como para a incorporação do conhecimento no processo produtivo e a obtenção de uma equidade social. O PROMEDILAC V elegeu três principais objetivos: a) superação e prevenção do analfabetismo; b) universalização da educação básica; c) melhoria da qualidade de educação, expresso em dois eixos de ação.

O primeiro eixo é a profissionalização de profissionais do MEC e das secretarias estaduais e municipais de educação além da descentralização e desconcentração da administração por meio da autonomia dos órgãos estaduais e municipais e ensino. O segundo eixo enfatizava a profissionalização da ação educativa, visando melhorar os níveis globais de qualidade das aprendizagens. Para o PROMEDLAC V as competências básicas para assegurar a aprendizagem seriam os investimentos maciços na profissionalização docente por meio da atualização e do aperfeiçoamento ao lado da produção de materiais pedagógicos adequados.  

 BANCO MUNDIAL

O Banco Mundial nasceu no pós-guerra, sendo um organismo multilateral de financiamento composto por 176 países mutuários, inclusive o Brasil. Porém nesse organismo apenas cinco países definem sua política: Estados Unidos, Japão, Alemanha, França e Reino Unido. A liderança dos Estados Unidos se concretiza não apenas por possuir 20% dos recursos gerais que compõe o Banco Mundial como também por possuir a ocupação da presidência e o poder de veto.

Houve o interesse pelo Banco Mundial na venda de projetos para países, bem como para o financiamento desses projetos respeitando as “condicionalidades” de cada país envolvido, chegando o banco a se transformar no maior captador mundial de recursos. A política de contenção de pobreza promovida pelo Banco Mundial se deu através do diagnóstico que afirmava a existência de um bilhão de pobres no mundo. Sendo assim, no decorrer dos anos 1990, o Banco adotou as conclusões da Conferência Internacional de Educação para Todos, e a partir delas elaborou as diretrizes políticas para as décadas subseqüentes.

Através do documento “Prioridades y Estrategias para la Educación” publicado em 1995, o Banco Mundial examina as opções de política educacional para os países de baixa escolaridade e reitera o objetivo de eliminar o analfabetismo até o final do século. Recomendando a reforma do financiamento e da administração da educação começando pela redefinição da função do governo e a busca de novas fontes de recursos. 

O documento propõe a partilha de custos com os estudantes e suas famílias e no caso da educação profissional indica o estreitamento de laços de ensino com o setor produtivo. Dessa maneira, o Banco Mundial objetiva mais resultados no que tange ao sistema de avaliação de resultados e de aprendizagem e a inversão em capital humano atentando para a relação custo-benefício obtendo assim, maior eficiência no gasto social e maior articulação com o setor privado na oferta da educação.