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O Projeto Político Pedagógico (PPP)
Toda escola seja ela pública ou privada deve ter um projeto. Esse projeto denominado “Projeto Político Pedagógico” é considerado político por ter um comprometimento com a formação do cidadão voltada para um tipo de sociedade, e esta formação está carregada de valores e posicionamentos éticos, morais, culturais e econômicos. Esse projeto é principalmente pedagógico porque visa dar diretrizes para a realização do ensino nas escolas através da escolha de um referencial teórico-filosófico, que poderá se identificar com as maneiras mais tradicionais ou inovadoras de ensino. Dessa forma, o projeto político pedagógico torna-se muito mais que um simples documento e passa a ser considerado um guia ou um “manual de instruções” do próprio funcionamento do corpo humano e material da escola.
O projeto político pedagógico é algo novo e ainda está em fase de construção, por isso, se faz necessário que as idéias que constituem o projeto sejam colocadas não só no papel, mas que sejam possíveis de serem colocados em prática. É pelo fato se exigir essa ampla participação, que se torna vital a observação de alguns princípios, dentre eles o da Participação Democrática, no qual estarão inclusos a solidariedade e reciprocidade, o Princípio da Liberdade, no qual todos poderão ter e apresentar livremente seu ponto de vista e o da Valorização do Magistério, tornando essencial a experiência dos professores no tocante às deficiências escolares.
A gestão do projeto político pedagógico depende de planejamento exigindo esforço e educação, neste caso, aparece também a figura do conselho escolar. Esse conselho tem por função promover a participação, as possibilidades de decisão e opiniões acerca do próprio projeto da escola. No conselho escolar todos têm voz e o objetivo maior a ser alcançado é buscar a melhoria da qualidade de ensino, detectando seus problemas e buscando soluções para resolvê-los.
E é embasado especialmente no princípio da democracia, que se torna fundamental a participação e atuação de diversos atores sociais, dentre eles está a figura do diretor que a princípio estará coordenando as reuniões, dos professores que atuam na prática do ensino, dos pais tendo em vista que sua presença torna-se fundamental visto que sua ajuda e o acompanhamento da família são essenciais para o aluno, e os próprios alunos que serão a quem se destinam a ações previstas e discutidas na aplicação do projeto. Cada um com seu papel, estará defendendo seus interesses, porém todos unidos com um objetivo comum que é o melhoramento do ensino e funcionamento da escola. E para que haja a difusão de idéias e opiniões, o projeto político pedagógico é discutido e reformulado através do conselho escolar.
Visando garantir a participação nas reuniões estabelecidas pela escola através do Conselho Escolar, muitas escolas elaboram questionários paras os alunos e pais tentando convocá-los para participar das reuniões e discussões. Algumas escolas até elaboram essas reuniões pautadas em três momentos específicos: o momento do acolhimento, da informação e da discussão. O primeiro momento visa estabelecer uma maior aproximação do ambiente escolar, através de leituras e realização de palestras, tudo para que seja estabelecida uma relação de autoconfiança e auto-estima para os pais. O segundo momento visa fornecer informações acerca da escola, mostrando seus pontos positivos e aqueles que devem ser melhorados. Por fim, o terceiro momento estabelece a discussão acerca das informações expostas, sendo importante a manifestação de todos os seguimentos que participam interna e externamente da escola, na intenção de estabelecer metas e soluções para os desafios do melhoramento escolar.
Mesmo assim, a ausência dos pais é constante e por isso, algumas escolas tentam elaborar formas de garantir a presença desses pais, um exemplo é pedir que os pais assinem um “termo de compromisso” no qual os pais se comprometem em estarem sempre presentes nas reuniões e em caso de falta, são advertidos. Outras escolas ainda promovem a realização de sorteios ou o estabelecimento da apresentação dos alunos através da realização de danças, tudo com a finalidade de atrair os pais para as reuniões. Porém vale salientar que essas medidas, caso sejam realizadas freqüentemente podem ser perigosas, ao passo que poderá ocorrer um desvio do real interesse das reuniões acerca do projeto político pedagógico.
Para que o projeto político pedagógico avance, também se faz necessário o estabelecimento de parcerias, portanto, a presença do poder público, como por exemplo, a secretaria de educação do município, a participação da prefeitura e outros órgãos, se encaixam como parcerias fortalecedoras da prática de ensino e melhoramento da escola, a partir do momento que esses órgãos vêm para financiar projetos e promover o assessoramento com a realização de cursos. É importante lembrar que toda escola tem autonomia para propor suas idéias e resolver seus problemas, até mesmo com a participação do poder público, porém sempre respeitando o que foi decidido coletivamente.
O primeiro aspecto a ser observado nas reuniões acerca do projeto político pedagógico é o diagnóstico da escola, neste caso, já com a presença do diretor, dos professores, alunos e pais se observará o estado da escola, sendo identificados os problemas que a escola enfrenta e as prioridades que deverão ser atendidas, por exemplo, a necessidade de se instalar uma biblioteca. De forma geral o diagnóstico busca entender quais os problemas e desafios enfrentados pela escola, para que de forma coletiva, novas idéias e soluções comecem a surgir entre todos os participantes da reunião e assim, através de ações práticas sanar estes problemas.
No tocante a questão da avaliação fica claro que periodicamente a escola deve estar sempre revendo os avanços e retrocessos do seu projeto político, é preciso analisar se as medidas adotadas estão de fato surtindo efeito e contribuindo para resolver os problemas. Será a avaliação que determinará se as estratégias adotadas pelo projeto político pedagógico deverão ser ou não modificadas, e em caso afirmativo, novas reuniões devem ser estabelecidas a fim de novamente com todos os atores sociais (professores, alunos, pais e o diretor) novas soluções possam ser propostas e desenvolvidas.
E é por esse aspecto que se pode comparar o projeto político pedagógico a uma “sinfonia inacabada”, pelo simples fato do projeto ter o dever de está sempre em harmonia, seja nas decisões tomadas em conjunto com pais, professores e alunos, seja na realização das atividades. É também inacabada porque está sempre em constante mudança, visto que é um projeto que requer elaboração, reflexão constante e ampliação. Nesta “sinfonia” tem-se o maestro que é representado pela figura do diretor, e mesmo que fique a cargo do diretor viabilizar as discussões através do conselho escolar e o acompanhamento da construção e reformulação do projeto político pedagógico, é importante lembrar que o projeto se perfaz através da coletividade, sendo assim, a figura do diretor deve ser descentralizada, ou seja, apesar dele ser importante, sua ausência não deve ser considerada motivo para que as estratégias e objetivos do projeto não avancem.
Em termos gerais fica claro que o projeto político pedagógico mais do que o simples cumprimento de uma burocracia, na qual escola ter o dever de estar com seu documento elaborado, ele representa muito mais que um simples papel. O projeto político pedagógico é o retrato da escola que ali está impresso, é o resultado das aspirações e participais dos pais, dos alunos, do professores e do diretor. É a união de todos em um objetivo comum juntamente com todas as suas idéias, estratégias e ações para o melhoramento escolar e, portanto, se perfaz como reflexo de toda a comunidade.